Protesto contra a Copa: violência e depredação


Nesta quarta, houve um novo protesto em São Paulo contra a Copa do Mundo. Mais um. Reuniu, segundo estima a Polícia Militar, umas 1.500 pessoas com o grito de guerra “Não vai ter Copa”. Desta vez, não dá nem para fingir que os policiais foram violentos. Limitaram-se a conter os manifestantes e a atender pessoas que, colhidas em meio ao tumulto, acabaram passando mal.

Já os ditos manifestantes, ah, estes xingavam os policiais, avançavam contra os seus escudos, enfiavam câmeras em seus rostos, sempre em busca daquela reação mais dura que depois faz a festa nas redes sociais. O momento mais tenso aconteceu na estação Butantã, do Metrô, que chegou a ser fechada por algum tempo.

Quando começava já a haver a dispersão, os black blocs deram, então, início a depredações. Três agências bancárias foram atacadas; duas bombas caseiras foram lançadas contra policiais. A PM deteve 54 pessoas. A esta altura, todos já estão na rua.
As leis são frouxas para coibir esse tipo de comportamento. A pouco mais de 50 dias do início da Copa, observem que o país continua sem uma legislação que possa punir com severidade quem põe em risco centenas — e até milhares — de pessoas. Todas as tentativas esbarraram na conversa mole de que se estaria tentando impedir o direito à livre manifestação. Ora, existe uma distância gigantesca entre liberdade de expressão, um direito fundamental, e licença para depredar, agredir, incendiar. Essas são ações criminosa, não “direitos”.
Mas não tem jeito! O governo federal não aprende. Na sexta-feira, Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, encontrou-se com alguns jovens, supostos líderes de manifestações. Pediu a colaboração deles; reclamou que o governo é incompreendido; chegou mesmo a acusar uma espécie de ingratidão: “Vocês, jovens, também nos dão desespero pelas coisas que vocês fazem. A gente organiza uma Copa do Mundo achando que vai ser uma festa, e vocês vêm e dão porrada. E dizem: é uma… merda”.

No protesto, bandeiras do Brasil foram queimadas. No Rio, também nesta quarta, black blocs resolveram se infiltrar numa manifestação de pessoas que foram retiradas do terreno da Oi. Dilma Rousseff está brincando com o perigo. O diabo é que este é um governo que não governa, então as decisões tardam, quando são tomadas…

Reynaldo Azevedo

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