Estudante de medicina
ganhava R$ 60 mil por ano em fraude
O delegado Carlos César
Camelo afirmou que o estudante de medicina Normanhg Arruda Sousa confessou em
depoimento concedido a delegada titular da delegacia de crimes tecnológicos
Cristiane Vasconcelos que recebia lotes de milhas aéreas para vender para pessoas
com quem tinha contato e através da internet, ganhando uma média de R$ 60 mil
por ano, o que garantia um padrão de vida assegurando o pagamento da
mensalidade da faculdade particular de medicina e tinha um automóvel Corolla.
A delegada informou que ele
será indiciado por furto qualificado através de fraude, crime que pode ser
punido com pena de 2 a 8 anos de prisão. O delegado Carlos César, declarou que
o GRECO recebeu representação da empresa Multiplus que gerencia a venda de
milhas aéreas da companhia TAM informando que existem ações judiciais em São
Paulo que indicavam a autoria criminosa de Normanhg Arruda na quadrilha de
desvio de milhas e a delegada titular fez uma representação ao juiz da Central
de Inquéritos do Tribunal de Justiça do Piauí Luiz Moura que deferiu e decretou
a prisão temporária por 5 dias do estudante que faz o 6º período do curso, além
de busca e apreensão em sua residência em Teresina.
Os agentes do GRECO
apreenderam um notebook, smartphone e HD onde constam varias transações via
e-mails negociando milhas que eram subtraídas de clientes através da internet e
programas de computador maliciosos com vírus. “As milhas eram negociadas com
prejuízos bastante altos, era um negocio ilegal bastante lucrativo para os
criminosos e hoje a delegacia de crimes tecnológicos deu a resposta. A empresa
Multiplus por negociar disseram que são vitimas de R$ 8 milhões de milhas. Eu
fiz um calculo básico e qualquer viagem para o Brasil custa uma média de 10 mil
milhas. Com R$ 8 milhões de milhas, dá para comprar 800 passagens aéreas. Com
essas milhas é possível cobrar viagens internacionais e somente no Brasil dá
para comprar 800 viagens”, falou Carlos César.
As senhas dos usuários
eram roubadas pelas quadrilhas no programa de acesso a fiscalização da
companhia aérea TAM. Os usuários iam percebendo o desvio das milhas de suas
contas ao longo do tempo e quando viam a subtração reclamavam para a empresa
Multiplus que estava tendo que repôr essas milhas para os usuários. Segundo
Camelo, as milhas eram negociadas e eram compradas passagens para todo o
Brasil. Ele disse ainda que na ‘Operação Milhas’ foi feita uma busca e
apreensão em uma empresa de turismo e venda de passagens aéreas, com
computadores e outros equipamentos com prova de venda de milhas desviadas.
Em Pernambuco, a policia
solicitou prisões e busca e apreensão. “Normanhg Arruda Sousa confessou as
operações e trouxe maiores dados sobre como funcionava a quadrilha, seu papel
era receber lotes das milhagens e vender através da internet”, falou o
delegado.
A delegada disse ainda que
os programas maliciosos usados na quadrilha eram páginas de internet e e-mails
para pessoas de todo o Brasil, fazendo com que acreditassem estar na companhia
aérea com solicitações fraudadas de informações solicitando login e dessa forma
eram capturados os dados dos proprietários de milhas e com isso eram criados,
fazendo com que os usuários acumulassem prejuízos.
“A investigação está em
curso vão ser observados todos esses dados e características, se houve
participação das pessoas que compraram as milhagens, ou se houve compra de boa
fé achando que ele estava vendendo as milhas dele. Normanhg comercializava as
milhas através da internet e de seus contatos na sociedade. Ele vendia as
milhas há mais de dois anos, a empresa Multiplus trouxe para a GRECO os locais
onde eram obtidos os bilhetes aéreos da TAM com mais frequência, o resultado
foi que eram emitidos com mais frequência em Teresina, Pernambuco e Minas
Gerais por isso a investigação se concentrou nesses três Estados”, declarou
Cristiane aconselhando aos internautas que confirme os e-mails com promoções e
comunicados.
Ela disse que o papel dele
na quadrilha interestadual era de comprar um lote e fazer várias compras de
lotes de milhas e eles emitiam os bilhetes aéreos para seus contatos. A
investigação feita pela Polícia Civil do Piauí apurou que ele não subtraia
senha dos compradores de milhas, mas comprava de terceiros as milhas e eles é
que faziam a captação das senhas dos clientes da TAM. “O papel dele era comprar
as milhas e repassar para o destinatário final. Trata-se de uma organização
criminosa e ele era uma ponta da história. Depois a gente vai reunir todos os
dados e a Operação Milhas pode ter desdobramentos no futuro”, falou Cristiane.
Em seu depoimento, o
acusado confessou que entrou no esquema através de seus contatos em Pernambuco,
tinha um padrão de vida elevado e estava conseguindo dinheiro com a venda das
milhas. Ele também tinha contatos com os criminosos de Minas Gerais.
“Ele fez um cálculo e
estava ganhando com a fraude R$ 60 mil por ano nos últimos dois anos, ele teria
lucrado esse valor com sua participação no esquema, mas com certeza rende mais
para todo mundo”, disse Carlos.
Carlos César Camelo disse
que tem pessoas de indústria de turismo envolvidas no esquema de desvio de
milhagens da TAM e a busca e apreensões em Minas já foram concluídas com
apreensão de computadores, material de informática muito bem elaborado. Segundo
ele em Pernambuco a operação milhas foi desencadeada nessa segunda-feira (02).
Quadrilha presa no PI, PE
e MG desviou R$ 8 milhões em milhas aéreas
Os agentes do Grupo de
Repressão ao Crime Organizado (Greco), prenderam às 06h:10 desta segunda-feira
(02), no Condomínio Delta do Parnaíba, na avenida Zequinha Freire, no bairro
Santa Isabel, na zona Leste da capital piauiense, o estudante do curso de
medicina de uma faculdade particular da zona Leste de Teresina, Normanhg Arruda
Sousa, de 23 anos.
O coordenador do Greco,
delegado Carlos César Camelo, informou que a prisão de Normanhg Sousa, parte da
Operação Milhas, desencadeada pelas policias do Piauí, Pernambuco e Minas
Gerais, para prender uma quadrilha interestadual de desvio de milhas aéreas no
valor de R$ 8 milhões, da empresa Múltiplus, que gerencia as milhagens da
Companhia Aérea Tam.
Segundo ele, o integrante
da quadrilha só tinha a prisão do estudante de medicina como parte da
quadrilha. De acordo com as suas informações a prisão foi decretada pelo juiz
da Central de Inquéritos do Piauí, Luiz Moura.
Normanhg Arruda Sousa foi
ouvido pela delegada titular da Delegacia de Crimes Virtuais (Dercart) ,
Cristiane Vasconcelos.
“As pessoas presas no
Piauí, Minas Gerais e Pernambuco estavam desviando milhas aéreas através de
senhas dos clientes da Tam conseguidas através de programa de computador que
conseguem dados a partir de ofertas e pedidos de informações aos passageiros
pela internet”, declarou o delegado Carlos César Camelo.
Ele informou que a
quadrilha é acusada de desviar R$ 8 milhões de milhas aéreas da empresa
Múltiplus. O delegado disse que a Operação foi deflagrada nesta segunda nos
estados do Piauí, Pernambuco e Minas Gerais.
“No caso do Piauí, nós
apresentamos o acusado com as provas ao juiz Luis Moura e ele decretou a prisão
do estudante de una faculdade particular de Teresina”, falou o delegado
acrescentando que a quadrilha agia desde 2003.
Normanhg Arruda Sousa é
natural do Pernambuco, mas mora e faz o curso de medicina em Teresina, no
Piauí.
Fonte:
Efrem Ribeiro
Meio norte.com